Batalha pela supremacia do Petróleo entre EUA e Opep
A relação entre Opep e a indústria petrolífera dos EUA está gerando uma grande expectativa, com a revolução do óleo de xisto, os EUA está à beira de se tornar o maior boom de petróleo e gás da história, o que por consequência vai tornar os norte-americanos um dos principais atores globais no setor, o que é um grande progresso tendo em vista que os americanos antigamente estavam à mercê das importações estrangeiras. Essa mudança acabou com o domínio da Arábia Saudita e da Opep, e jogando o preço da commodity lá em baixo, logo forçou os dois últimos a formar uma aliança com a Rússia, antiga rival, para estabilizar os mercados mundiais e voltar a preços de patamares anteriores.
Com esse acordo de corte de oferta das reservas mundiais de petróleo feito entre Opep e Rússia, os preços estão perto do patamar mais alto em dois anos. No entanto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e a Rússia se preparam para se reunir em Viena nesta semana, a fim de estender os cortes de produção, mas os ministros não sabem como a produção de xisto dos EUA reagirá em 2018. A produção de Petróleo nos EUA vem numa crescente mesmo com o advento do furacão Harvey, como mostra o gráfico abaixo.
Gráfico I: Produção de Petróleo dos EUA em BBL/D/1K Fonte: tradingeconomics
De acordo com Paolo Scaroni, vice-presidente da NM Rothschild & Sons e ex-CEO da gigante italiana do petróleo Eni.
“Os cortes de produção são eficazes? sem dúvida, foi a decisão certa, e ter chegado a um acordo com a Rússia foi crucial”. No entanto, "a Opep não tem o mesmo poder. O fato de os EUA se tornarem o maior produtor de petróleo do mundo é uma mudança drástica”.
Apesar do sucesso do acordo da Opep, ela vive um paradoxo, que é quanto mais o acordo tiver sucesso no fortalecimento dos preços, mais ele incentivará os exploradores de xisto e outros concorrentes, e ainda tem outras incógnitas no cenário mundial, que dificultam uma análise mais firme do futuro, como por exemplo, a situação da Venezuela, um dos maiores produtores do mundo, que segue há anos em processo de recessão, endividamento e inflação gigantesca, colocando o país sem uma situação otimista em um futuro próximo e temos também o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, que está iniciando uma transformação econômica radical do reino, incluindo uma venda parcial de sua companhia estatal de petróleo que poderia ser a maior oferta pública da história.
FONTE:
[1] Dados e gráficos sobre a produção Norte Americana, pode ser encontrada em, https://pt.tradingeconomics.com/united-states/crude-oil-production
[2] Notícia sobre a relação entre os EUA e Opep, pode ser encontrada em, http://www.tnpetroleo.com.br/noticia/opep-e-eua-travam-batalha-final-por-supremacia-do-petroleo/.
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