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Coleta de dados do reservatório por testemunhagem

É por meio da coleta de dados do reservatório que os geólogos e os engenheiros podem estimar o seu volume, teor de fluidos, produtividade e potencial para desenvolvimento. Entretanto, esse processo não é apenas realizado na fase de planejamento de desenvolvimento e avaliação do ciclo de vida do campo, mas também durante a sua produção por meio do gerenciamento de desempenho do poço.

Basicamente, os métodos de coleta de dados são diretos, pois proporcionam inspeção visual ou pelo menos uma medição direta de propriedades, e indiretos, pelos quais se infere parâmetros a partir de uma série de medições. Entre os métodos diretos estão a testemunhagem, amostragem lateral, perfilagem de lama, amostragem de pressão de formação, amostragem de fluidos. Já entre os métodos indiretos estão a perfilagem com cabos, perfilagem simultânea à perfuração ou logging while drilling – LWD, e de dados sísmicos.

Sem os dados coletados antes do início da produção, não é possível prever o procedimento do reservatório sob condições dinâmicas, ou seja, nenhuma simulação significativa poderia ser feita.

A testemunhagem, um dos métodos referidos anteriormente, é realizada em meio às operações de perfuração, com a utilização de um conjunto especial na tubulação que abrange a broca e um barril de testemunhos, como pode ser visto na figura exemplo abaixo.

Ao contrário de uma broca de perfuração normal, que quebra a formação em cascalhos, a de testemunhos pode ser vista como um cilindro oco com um arranjo de “cortadores externos”. Dentro do sulco permanece um cilindro de rocha da formação que se move para dentro do barril à medida que o processo continua. Os diâmetros dos testemunhos variam tipicamente de 7,62 a 17,78 cm e costumam ter 27,432 m de comprimento, a depender das condições do poço e formação.

É desejável que a amostra seja não perturbada e contínua de testemunhos do reservatório para que propriedades físicas possam ser estabelecidas por medições diretas em laboratório, proporcionando descrição do ambiente deposicional, de aspectos sedimentares e da história diagenética da sequência.

Após a retirada dos testemunhos do poço, uma série de procedimentos são adotados para que eles fiquem intactos e para minimizar qualquer alteração ou dano à amostra ou aos fluidos contidos. Sua manipulação é um procedimento delicado e importante, pois mudanças em suas propriedades originais devido à alteração de mineralogia de argila de formação, precipitação de minerais ou evaporação de fluidos de poros causarão erros em medições petrofísicas. O fato é que avanços tecnológicos e procedimentais têm sido feitos objetivando diminuir fricção, invasão de filtrado, reter fluidos e manter a integridade das rochas.

Pequenos cilindros de 5 cm de comprimento e 3 cm de diâmetro permite fazer análises rotineiras de testemunhos, o que inclui determinar a porosidade, permeabilidade, saturação de fluidos, massa específica de grão. Enquanto análises especiais incluem medições através de testes elétricos, de permeabilidade relativa, de pressão capilar e de testes de força.

Lucas Goulart

Diretoria de Projetos do Portal do Petroleiro

Graduando em Engenharia de Petróleo


Referência

JAHN, Frank et al. Introdução à Exploração e Produção de Hidrocarbonetos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 491 p.

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