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Empresas Estrangeiras sentem a Pressão da Crise Venezuelana

A queda da indústria petrolífera da Venezuela na última década vem complicando qualquer tipo de negocio no país, mas havia um setor que tinha permanecido bem, que eram as joint ventures do país com empresas estrangeiras, particularmente as que extraem petróleo pesado das reservas do Cinto do Orinoco. Essas joint ventures são uniões, por um tempo limitado, entre duas empresas a fim de compartilharem ações, técnicas e tecnologia, mas sem perder as suas características individuais.

As reservas de óleo extrapesado deram a  Venezuela os maiores depósitos de óleo provadas do mundo, e as empresas estrangeiras, incluindo  Chevron, Total e  Statoil decidiram que valiam a pena continuar trabalhando lá apesar dos problemas de montagem e estabilidade politica do país. Com a crise financeira da Venezuela se  deteriorando e não vendo melhora pelo menos em um curto prazo, somando um novo conjunto de sanções dos EUA feita pelo presidente Donald Trump, aumentando a pressão, mesmo as joint ventures estrangeiras estão sentindo agora a tensão. À medida que as condições pioram, as empresas enfrentarão questões difíceis sobre o futuro de suas operações.

Para entender melhor esse cenário temos que voltar um pouco no tempo, em 2006/2007, onde o Presidente Hugo Chávez assumiu o controle da indústria, que recebeu investimentos em grande escala de empresas, incluindo  ExxonMobil, Chevron e  BP. A galinha dos ovos de ouro do setor foram quatro projetos no Orinoco Belt para prospecção de óleo extrapesado, que passando pelo processo correto pode ser processado pela refinaria de forma relativamente fácil. O comandante Chávez emitiu um decreto para dar à PDVSA, a companhia petrolífera estatal, uma participação de 60% nesses projetos, e chegou ao ponto de enviar tropas para fazer cumprir as ordens, com uso de armas, se fizesse necessário.

Algumas empresas nesse tempo já decidiram se afastar como a Conoco e a Exxon, entrando na justiça e processando para recuperar o valor dos ativos que perderam. As outras empresas permaneceram principalmente, decidindo que a retenção de participações minoritárias era uma aposta melhor do que uma batalha na justiça longa, incerta e instável.

Mas em decorrência da queda do preço do petróleo em 2014, a PDVSA foi mergulhada em uma crise. Desesperado por dinheiro para atender o peso da dívida, tem passado por dificuldades em suas operações de fundos, o que é agravado pela má administração da PDVSA. A estatal ainda tem que lidar com o já conhecido êxodo de talento, que se tornou comum sob o comando de Maduro, sem falar nos incontáveis casos de corrupção, que são mostrados na mídia diariamente, e a produção de petróleo no país vem caindo constantemente, como pode ser visto no gráfico abaixo. 

Gráfico I: Produção de Petróleo da Venezuela em BBL/D/1K  Fonte: tradingeconomics

As sanções norte-americanas apesar de não serem voltadas especificamente para indústria petrolífera tornaram a instalação e o cotidiano das empresas estrangeiras muito mais difíceis no país, impedindo até cidadãos americanos comprar novos títulos da PDVSA com prazo de mais de 90 dias.

A grande vantagem das joint ventures da Venezuela para empresas estrangeiras foi que, ao invés de permitir que a Estatal venezuelana vendesse o petróleo e, em seguida, aguardasse o pagamento da sua parte, eles tomavam uma parcela de produção e conseguiram vendê-la por si mesmo. No entanto existem agora sinais de que esses arranjos estão sendo mudados.

A Reuters informou recentemente que a PDVSA havia pedido a sua joint venture Petropiar com a Chevron que entregasse até 45% do petróleo que planejava exportar no mês passado.  Se esse tipo de apropriação prevalecer, aparentemente destinada a atender a demanda interna de combustível, pode ser a última ação, a desencadear uma nova fuga, agora das joint ventures.

FONTE:

[1] Dados e gráficos sobre a produção Venezuelana, pode ser encontrada em, https://pt.tradingeconomics.com/venezuela/crude-oil-production

[2] Notícia e dados sobre a crise Venezuelana e o Petróleo podem ser encontrados em, https://www.ft.com/content/3264b33e-d680-11e7-a303-9060cb1e5f44

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