ENERGIAS
- Portal do Petroleiro
- 20 de jul. de 2018
- 3 min de leitura
As preocupações relacionadas com as questões ambientais têm figurado com forte proeminência nos debates científicos e acadêmicos. Ao longo das últimas décadas, as dimensões atingidas pela sociedade contemporânea, no que diz respeito à intensificação da demanda por recursos naturais, renováveis ou não, motivam um crescente número de pesquisas que pretendem apontar vias possíveis para a sustentabilidade intertemporal desses recursos. É notável que a mudança de paradigmas a respeito do desenvolvimento, sobretudo com a incorporação da noção de sustentabilidade, permitirá uma participação crescente dos processos de geração de energia baseados em fontes renováveis.

Figura – Fazenda de aerogeradores offshore
Do mar é possível extrair energia sob diferentes formas, entre as quais podem ser citadas as ondas, correntes, marés, gradientes térmicos e o vento. Estima-se que o atual consumo de energia elétrica mundial esteja disponível na energia potencial das ondas dos mares do mundo. Elas são consideradas a forma que mais concentra a energia proveniente do sol.
O aquecimento desigual do planeta origina os ventos, que surgem e agem sobre os oceanos, transferindo parte de sua energia cinética para a superfície do mar. Essa energia pode ser avaliada pela altura e período das ondas. A distribuição espacial e temporal da energia das ondas depende dos ventos e, portanto, existem zonas do planeta com ondas maiores do que em outras. Além disso, para um mesmo local existem épocas do ano com espectro de ondas mais fracas e outras mais fortes (ex.: tempestades de inverno). Assim, em face dessas diferenças, alguns locais do planeta são mais propícios para geração de energia do que outros.
Existem diferentes métodos de conversão da energia das ondas. Os países que mais avançaram nesse tipo de tecnologia são, entre outros, o Reino Unido, Portugal, Holanda, Dinamarca, Noruega, Suécia e Japão. Os conversores podem ser classificados em:
− Coluna de água oscilante:
Fixa;
Flutuante;

Figura –
Coluna de água oscilante
− Sistemas de corpos oscilantes;
Boias de corpo simples ou duplo de movimento vertical;
Sistemas submersos de movimento vertical;
Dispositivos de movimento rotativo;
Sistemas pivotados no fundo;
Sistemas de vários corpos;
Conversores de alagamento.

Figura – Esquema da Usina de Ondas do porto do Pecém (CE).

Figura – Usina de Ondas do porto do Pecém na fase de testes
Os conversores de coluna de água oscilante empregam a variação do nível de água para forçar o ar confinado em uma câmara a passar por uma turbina, que por sua vez está acoplada a um gerador elétrico. São instalados na costa ou perto dela e são de fácil acesso e manutenção.
Os conversores que empregam corpos flutuantes utilizam diversos artifícios para converter o movimento vertical causado pela flutuação do objeto durante a passagem da onda em pressão hidráulica ou energia mecânica, para ser depois convertido em energia elétrica. O mesmo se aplica para aqueles com movimento rotativo causado pela passagem da onda. Esses conversores podem flutuar independentemente, restringidos por sistemas de ancoragem ou vinculados ao fundo marinho ou a outros elementos mecânicos. São normalmente colocados em águas profundas, onde a energia das ondas não é dissipada pela baixa profundidade. Alguns podem ser instalados na zona de arrebentação, presos ao fundo ou a pesadas bases para estabilização.
Sophia Paiva Diretoria de Projetos Portal do Petroleiro Graduanda em Engenharia de Petróleo
Referências:
CALLIARI, Lauro Julio; CASTELLO, Xavier. RECURSOS MARINHOS NÃO-VIVOS. In: CASTELLO, Jorge P.; CRUG, Luiz C. (Org.). Introdução às Ciências do Mar. [S.l.]: Editora Textos, 2010. cap. 15, p. 492-495.
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