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Energias

       Os primeiros resultados da divisão do átomo de metais pesados, como o urânio e o plutônio, foram obtidos em 1938. A princípio, a energia liberada pela fissão nuclear foi utilizada para objetivos militares. Posteriormente, as pesquisas avançaram e foram desenvolvidas com o intuito de produzir energia elétrica. No entanto, armas nucleares continuam sendo produzidas através do enriquecimento de urânio.

Figura – Importância da descoberta do átomo

      Alguns eventos importantes no uso da energia nuclear

  1. 1896 – Descoberta da radioatividade

  2. 1898 – Isolado o polônio e o rádio. Descoberta da radiação gama

  3. 1910 a 1920 – Uso ingênuo de materiais radioativos na medicina e indústria

  4. 1926 – Uso de radiação para o tratamento de câncer

  5. 1934 – Primeira fissão do urânio com nêutrons

  6. 1939 – Carta de Einstein sobre a possibilidade de os alemães construírem a bomba atômica

  7. 1941 – Início do programa nuclear norte-americano

  8. 1942 – Início da construção de um reator nos Estados Unidos

  9. 1945 – Lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki

  10. 1949 – União Soviética explode sua primeira bomba nuclear

  11. 1951 – Criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), motivada pela era nuclear

  12. 1952 – Estados Unidos explodem a primeira bomba de hidrogênio

  13. 1953 – União Soviética explode sua bomba de hidrogênio

  14. 1955 – Início do abastecimento urbano de energia elétrica de origem nuclear

       Atualmente os Estados Unidos lideram a produção de energia nuclear, porém os países mais dependentes da energia nuclear são França, Suécia, Finlândia e Bélgica. Na França, cerca de 80% de sua eletricidade é oriunda de centrais atômicas.

       No fim da década de 1960, o governo brasileiro começou a desenvolver o Programa Nuclear Brasileiro, destinado a implantar no país a produção de energia atômica. O país possui a central nuclear Almirante Álvaro Alberto, constituída por três unidades (Angra 1, Angra 2, e Angra 3). Está instalada no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, apenas Angra 2 está em funcionamento. Em 2002, as usinas nucleares do Brasil, Angra 1 e Angra 2 produziram juntas um total de 13,8 TWh. Quando entrar em operação, Angra 3 produzirá aproximadamente 10 TWh por ano.

Figura – Usina nuclear em Angra dos Reis – RJ

       O Brasil tem um programa amplo de uso de energia nuclear para fins pacíficos. Cerca de 3 mil instalações estão em funcionamento, utilizando material ou fontes radioativas para inúmeras aplicações na indústria, saúde e pesquisa. Na área de geração de energia, o Brasil é um dos poucos países do mundo a dominar todo o processo de fabricação de combustível para usinas nucleares.

       As reservas brasileiras de urânio já confirmadas são de 300 mil toneladas e estão entre as seis maiores do mundo. Em termos energéticos, mesmo com apenas uma terça parte do país prospectado, essas reservas são da mesma ordem de grandeza daquelas atualmente existentes em petróleo e seriam suficientes para manter em funcionamento 10 reatores equivalentes aos existentes – Angra 1 e Angra 2 – por cerca de 100 anos. O funcionamento dessas duas usinas foi importante no período de falta de energia no Brasil.

       Essa fonte energética é responsável por muita polêmica e desconfiança: a falta de segurança, a destinação do lixo atômico, além da possibilidade de acontecerem acidentes nas usinas, geram a reprovação da utilização da energia nuclear por grande parte da população. Alguns acidentes em usinas nucleares já aconteceram, entre eles estão:

  1. Three Miles Island – em 1979, na usina localizada na Pensilvânia (EUA), ocorreu a fusão do núcleo do reator e a liberação de elevados índices de radioatividade que atingiram regiões vizinhas. Isso levou os países ocidentais a fazer uma revisão das medidas de segurança nas usinas nucleares em funcionamento, aumentando o rigor do licenciamento nuclear.

  2. Chernobyl – em 1986 ocorreram o incêndio e o vazamento de radiação na usina ucraniana, na extinta União Soviética, com milhares de feridos e mortos, podendo a contaminação radioativa ter causado 1 milhão de casos de câncer nos 20 anos seguintes.

Figura – Áreas restritas devido a radioatividade

       Enquanto Three Mile Island fez com que se aumentassem os custos das usinas nucleares em funcionamento – devido à exigência de investimentos adicionais nos sistemas de segurança, causando atraso no licenciamento dos projetos em andamento –, Chernobyl aumentou a desconfiança em relação às centrais nucleares. Não foi devidamente considerado e divulgado, entretanto, o fato de aquela usina ter projeto e dispositivos de segurança totalmente diferentes dos reatores ocidentais. 

       A energia nuclear apresenta vários aspectos positivos, sendo de fundamental importância em países que não possuem recursos naturais para a obtenção de energia. Estudos mais aprofundados devem ser realizados sobre essa fonte energética, ainda existem vários pontos a serem aperfeiçoados, de forma que possam garantir segurança para a população.

Figura – Usina Nuclear

      Aspectos positivos da energia nuclear:

  1. As reservas de energia nuclear são muito maiores que as reservas de combustíveis fósseis;

  2. Comparada às usinas de combustíveis fósseis, a usina nuclear requer menores áreas;

  3. As usinas nucleares possibilitam maior independência energética para os países importadores de petróleo e gás;

  4. Não contribui para o efeito estufa.

      Aspectos negativos:

  1. Os custos de construção e operação das usinas são muito altos;

  2. Possibilidade de construção de armas nucleares;

  3. Destinação do lixo atômico;

  4. Acidentes que resultam em liberação de material radioativo;

  5. O plutônio 239 leva 24.000 anos para ter sua radioatividade reduzida à metade, e cerca de 50.000 anos para tornar-se inócuo.

Sophia Paiva Diretoria de Projetos Portal do Petroleiro Graduanda em Engenharia de Petróleo

Referências: HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin; DOS REIS, Lineu Belico. Energia e Meio Ambiente. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 764 p. GOLDEMBERG, José; LUCON, Oswaldo. Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2008. 396 p.

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