FPSO’s
O FPSO (Floating Production Storage and Offloading) é uma unidade industrial flutuante utilizada para produção, processamento, armazenamento e escoamento da produção de petróleo, reunindo em uma única unidade múltiplas funções. Ela pode ser construída exclusivamente para executar essas funções ou pode ser o resultado da conversão de um navio antigo, porém, em muitos casos, utiliza-se o casco modificado de um navio petroleiro adaptado para receber a planta industrial, como mostra a figura abaixo:
É a melhor opção a ser empregada em locais distantes da costa, onde há inviabilidade de ligação à terra por oleodutos ou gasodutos, e podem operar por até 25 anos sem docagem, ou seja, sem a parada para o processo de reparo nas falhas mais graves em que a manutenção não é capaz de resolver, tais como problemas no propulsor, eixos ou até mesmo para fazer pinturas e limpeza e tratamento do casco.
O desenvolvimento das plataformas, equipamentos e técnicas de exploração e produção de petróleo é resultado de pesquisa geológica, necessidade de perfuração e exploração de poços submarinos cada vez mais profundos e otimização de tempo e custos. Dessa forma, foi necessária adaptação às características e parâmetros de cada local.
Até a década de 90, estima-se que as reservas ainda inexploradas estavam concentradas em torno dos locais de produção já estabelecidos, e que cerca de 70% delas tinham profundidades menores do que 150 metros e que 80% se localizavam num raio de 50 km de distância das instalações. No entanto, estudos posteriores mostraram que havia reservas inexploradas em profundidades maiores e em localidades remotas, inviabilizando a construção de dutos para o transporte de petróleo e evidenciando a necessidade de buscar meios de explorá-las.
A procura de soluções para explorar essas reservas, além de outras reservas menores e de características geológicas mais complexas, se intensificou, com a priorização da redução de custos por barril na produção, devido às crises financeiras das décadas de 80 e 90 e com a queda do preço do petróleo. No contexto mundial de exploração marítima de petróleo, uma das alternativas viáveis foi a apresentação dos sistemas flutuantes, como os FPSO’s.
Entre os seus principais componentes, estão os seguintes:
Guindaste: usado para movimentação de cargas pesadas ao longo da planta de processo.
Planta de processo: corresponde à área onde são realizados os processos de separação do óleo, água e gás, bem como o seu tratamento.
Casario: é onde se localiza a sala de controle, deck de navegação, acomodações e refeitório.
Casco: é a área onde estão localizados os tanques de estocagem, capazes de estocar até 900 mil barris de petróleo.
Baleeira: é uma embarcação salva vidas, com capacidade para 80 pessoas.
Praça de máquinas: local onde estão localizados os equipamentos de propulsão e utilidades.
Inclusive, alguns FPSO’s possuem propulsão própria, sistemas de navegação, atracação e fundeio, sendo capazes de realizar pequenas viagens ou de longo curso.
O Wood Group apresenta o Brasil como o país em que existe o maior número de plataformas de petróleo do tipo FPSO, apontando um total de 161 FPSO’s em operação no mundo. A distribuição de plataformas por país ficou da seguinte forma: Brasil 37, Reino Unido 15, China 14, Nigéria 13, Angola 13, Austrália 11 e Vietnã 8. Esses dados são de 2015.
Como mostra o gráfico da figura abaixo, a chinesa CNOOC e a brasileira Petrobras lideram com 13 plataformas FPSO cada.
Abaixo, as líderes mundiais em afretamento: BW 14, MODEC 13 e SBM Offshore com 6.
Lucas Goulart
Diretoria de Projetos do Portal do Petroleiro
Graduando em Engenharia de Petróleo
Referências
MEDEIROS, Victor Alves de. O Estado da Arte do FPSO. 2015. 77 f. TCC (Graduação) – Curso de Engenharia Naval e Oceânica, Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
PLATEC (São Paulo). Floating Production Storage and Offloading: Campinas: Onip – Organização Nacional da Indústria de Petróleo, 2012. 29 slides, color.
Notícia e dados sobre as FPSO’s, disponíveis em: http://sinaval.org.br/2015/09/brasil-e-lider-mundial-na-operacao-de-fpsos/
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