Métodos de Elevação Artificial
Os métodos de recuperação de petróleo foram desenvolvidos para se obter uma produção maior do que aquelas que se obteriam, caso apenas a energia natural do reservatório fosse utilizada (PASSOS, 2002).
A vida produtiva de um reservatório de petróleo se compõe de três etapas que, cronologicamente, são chamadas de recuperação primária, recuperação secundária, recuperação terciária. Atualmente, as expressões “secundária” e “terciária” perderam a sua conotação cronológica e passaram a denominar a natureza do processo (THOMAS, 2001).
Figura – Imagem meramente ilustrativa
Recuperação primária: é a etapa da produção onde a energia preexistente no reservatório é responsável pela movimentação do óleo para a superfície. Rosa, Carvalho e Xavier (2006) relatam que no início de sua vida produtiva, viável técnico-economicamente, o reservatório possui energia para abastecer o poço, promovendo a elevação até a superfície e escoando horizontalmente até as facilidades de produção.
Recuperação Secundária: Ou método de elevação artificial, é quando a energia natural do reservatório extingue-se ao longo da recuperação primária, o grande volume de petróleo ainda permanece aprisionada. Portanto inicia-se a utilização de métodos de recuperação secundária, que consiste na injeção de fluidos, geralmente, água e gás natural.
Figura – Diferentes métodos de elevação artificial
Recuperação Terciária: Também denominado Métodos de Recuperação Especial ou de Recuperação Avançada de Óleo ou Enhanced Oil Recovery – EOR (em Inglês), são todos os processos de recuperação que não seja a simples injeção de água ou gás natural para manter a pressão no reservatório e, assim, aumentar a capacidade de produção.
Dentre os métodos de recuperação secundária, o Bombeio Centrífugo Submerso (BCS) é um dos métodos mais importantes de elevação artificial de petróleo, no Brasil e no mundo. A bomba de BCS é acionada por um motor elétrico acoplado diretamente ao eixo da bomba. Comumente, possui também um conjunto de sensores que fazem o monitoramento da operação do motor, além de outras variáveis próprias como, por exemplo, o ganho de pressão gerado pela BCS. Por outro lado, a operação remota do motor na superfície se dá através de um inversor de frequência que fornece, além da rotação, o consumo elétrico da BCS.
Figura – Bombeio centrífugo submerso
Motor elétrico: Os motores elétricos utilizados no BCS são do tipo trifásico, dipolo, de indução, que funcionam com uma velocidade constante de 3.500 RPM para uma frequência de rede de 60 hertz. O eixo do motor conecta-se ao eixo do protetor, admissão da bomba e ao impulsor da bomba, constituindo-se em um único eixo que deve estar perfeitamente alinhado para não partir-se ao entrar em funcionamento.
Esses motores são projetados para trabalhar em condições bastante severas: imersos nos fluidos que estão sendo produzidos, a altas pressões e altas temperaturas. Para suportar essas condições, os motores são cheios com óleo especial de origem mineral para garantir o isolamento elétrico, a lubrificação dos mancais e o resfriamento do motor. A escolha do moto utilizado para determinado poço é feita em função do diâmetro do revestimento, potência necessária, transformadores disponíveis e profundidade do poço.
Sophia Paiva Diretoria de Projetos Portal do Petroleiro Graduanda em Engenharia de Petróleo
Referências:
THOMAS, José Eduardo et al. (Org.). Fundamentos de Engenharia de Petróleo. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência Ltda., 2001. 271 p.
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