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Perfurando Zonas de Sal

Estruturas de sal apresentam taxa de deformação superior à das demais estruturas rochosas normalmente encontradas em um poço de petróleo, apresentando uma propriedade particular de fluxo plástico, ou seja, tende a fluir como um fluido. Justamente por isso, a perfuração em trechos de sal, ou evaporitos, frequentemente constitui um grande desafio e exige um minucioso planejamento do poço.

A depender dos minerais constituintes dos evaporitos, a referida taxa de deformação pode variar significativamente, sendo imperceptível em alguns casos, e, em outros, capaz de fechar o poço em questão de dias. As anidritas, por exemplo, são mais estáveis e oferecem menores riscos à perfuração do que as halitas por possuírem uma menor taxa de deformação, como pode ser analisado na figura abaixo.

No entanto, além da composição mineralógica, a mobilidade ou fluência do sal depende da profundidade de soterramento, temperatura da formação, quantidade de água, presença de impurezas (argila, por exemplo) e da intensidade com que as tensões são aplicadas sobre o corpo salino. O fato de a temperatura e o gradiente de sobrecarga aumentarem a mobilidade do sal faz com que sais localizados em profundidades maiores apresentem reduzida estabilidade.

A detecção de zonas de sal durante a perfuração é importante para que se possa evitar alguns problemas e definir estratégias que permitam o avanço da operação, e pode ser efetuada pela observação do comportamento de alguns parâmetros.

** As mudanças na taxa de penetração da broca podem indicar a perfuração de trechos de sal. Por serem muito duras, as anidritas reduzem a velocidade de perfuração, chegando a valores menores que um metro por hora. Por outro lado, as halitas são mais facilmente perfuráveis e são identificadas por taxas de penetração altas, chegando a valores superiores a dez metros por hora.

** A ausência de cascalhos pode ser outro indicativo de zonas de sal. A utilização de fluido de perfuração inapropriado, como fluido à base água não saturado, faz com que o sal seja dissolvido e não haja cascalhos a serem carreados para a superfície.

** O aumento do conteúdo de cloreto no fluido de perfuração é um indicativo, pois o sal perfurado pode ser incorporado ao fluido.

Na perfilagem, variações nos perfis elétricos podem ser observadas, tais como:

** Alteração nos valores de densidade da formação: Em geral, a densidade do sal varia de a , bem inferior que a dos outros sedimentos. Como pôde ser visto na figura anterior, a exceção é a anidrita.

** Alteração no perfil de resistividade: Geralmente ocorre um aumento nos valores de resistividade. Tal perfil está associado à resistividade dos fluidos contidos nos poros das rochas. Como os sais apresentam porosidade próxima a zero, ocorrem valores altos.

** Alteração no caliper do poço: Esse perfil permite a medição do diâmetro do poço. Uma redução no diâmetro pode indicar o fechamento das paredes devido à mobilidade do sal, enquanto o aumento do diâmetro pode ocorrer devido à dissolução do sal.

Um exemplo de dissolução de sal e o consequente aumento do diâmetro do poço pode ser visto na figura abaixo, na região da halita.


Lucas Goulart

Diretoria de Projetos do Portal do Petroleiro

Graduando em Engenharia de Petróleo

Referências

ROCHA, Luiz Alberto Santos; AZEVEDO, Cecilia Toledo de. Projetos de Poços de Petróleo: Geopressões e Assentamento de Colunas de Revestimentos. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência: Petrobras, 2009. 561 p

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