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Planejando e executando o descomissionamento

 

Quando se trata de controlar a complexidade técnica e os custos, as operadoras offshore devem se preparar adequadamente para o processo de descomissionamento. É importante incutir a “mentalidade do descomissionamento” na equipe de projeto de capital das empresas, mesmo sendo um desafio fazer com que ela considere o pré-investimento em descomissionamento.

Contudo, pequenas mudanças podem ser feitas durante a fase de projeto, que teria pouco ou nenhum impacto sobre o investimento de capital, mas proporcionaria alívio nos custos de desativação. Análises podem ser feitas quanto à estrutura que promove e sustenta a flutuabilidade de uma instalação, por exemplo, objetivando garantir que a tubulação para o controle da referida flutuabilidade consistisse em uma metalurgia que sobreviveria de 20 a 25 anos. Outra possibilidade é se certificar da capacidade de geração alternativa de energia no final da vida útil do campo ao invés de geradores de turbina a gás. A utilização de estruturas flutuantes em águas mais profundas, no lugar das fixas, resulta em menos custos para desmontar.

O fato é que poucas pessoas olham para o final do ciclo de vida do poço como parte da fase de avaliação e seleção do projeto offshore. Mesmo com a redução do escopo de desenvolvimento, as operadoras devem ser capazes de trazer os barris usando a quantidade mínima de instalações marítimas possíveis. Na fase de seleção, as empresas devem determinar se uma instalação é fácil ou difícil de reimplantar. Um FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading), por exemplo, cuja reimplementação é mais fácil, pode ser a opção mais intensiva em capital. Outras opções são semi-submersíveis modernos e plataformas tension-leg autoestáveis. A reimplantação de uma plataforma reduz o ciclo de quanto tempo se leva para ter uma instalação no local, fazendo-o por menos dinheiro, embora existam diferenças na especificação e não conseguir o desempenho ideal é possível.

É dito que este é o momento para reutilizar instalações. A plataforma FPSO Aoka Mizu, abaixo, já atendeu os campos Ettrick e Blackbird da Nexen Petroleum UK de 2009 a 2016 e agora está em reforma, atualização e extensão de vida no estaleiro Drydocks World, em Dubai.


Opções de descomissionamento

Quanto ao processo de descomissionamento, três fases práticas estão presentes. A primeira consiste em abandonar o poço, remover condutores e risers, remover os hidrocarbonetos dos componentes e prepará-los para as operações de elevação e remoção.  A segunda fase envolve a desmontagem e remoção da instalação e de seus componentes. Por último, faz-se a restauração e monitoramento do local.

A melhor opção de remoção e disposição para cada tipo de instalação depende das legislações pertinentes, do peso, tamanho, distância até a costa, consistência do solo marinho, condições climáticas, custo, complexidade na execução das operações e tecnologias disponíveis.

Remoção completa

A remoção completa da plataforma é basicamente um processo de instalação reversa e as operações consistem em corte, içamento, carregamento e disposição das seções, uma vez que a instalação pode ser seccionada em partes a depender da capacidade da embarcação de reboque. De acordo com sua localização, pode requerer a remoção até uma profundidade suficiente abaixo do solo marinho, aproximadamente 5 metros. Uma das principais vantagens de remover completamente a plataforma é a possibilidade de o local recuperar as condições ambientais próximas às anteriores. Em contraponto, há o alto custo, os possíveis danos ao ambiente marinho e a eliminação do habitat artificial criado em torno da estrutura durante a produção do campo.

Remoção parcial

A remoção parcial é recomendada somente para grandes estruturas. Parte dela pode ser removida desde que possibilite uma coluna d’água desobstruída, e sua profundidade deve estar de acordo com as exigências legais de cada localidade. As diretrizes do International Maritime Organization (IMO) exigem que haja uma coluna d’água livre de 55 metros para instalações localizadas em lâminas d’água acima de 75 metros.

Removendo parcialmente suas instalações, as operadoras podem conseguir benefícios econômicos e de segurança, especialmente em águas afastadas da costa.

Tombamento no local

O descomissionamento por tombamento no local requer o tombamento de toda a subestrutura, após a remoção dos topsides, observando a existência de uma coluna d’água livre de modo a não interferir nas atividades de pesca e navegação, assim como ocorre na remoção parcial.

Essa operação requer elevado grau de precisão e controle para prover segurança ao procedimento de tombamento. Cargas explosivas são utilizadas para seccionar os membros críticos em uma sequência controlada de cortes e, às vezes, um rebocador pode ser utilizado para fornecer força extra para que o tombamento ocorra. É a opção mais barata, se comparada à remoção completa, uma vez que se elimina os custos de transporte.

Utilização alternativa

A opção de deixar a estrutura offshore no local é aceita somente em caso de utilização alternativa. Nessa opção, a plataforma pode ser transformada em centros de pesquisa, locais para ecoturismo, cultivo marinho, base para fontes alternativas de energia, como a eólica, local de pesca esportiva, entre outros. Entretanto, deve-se definir responsabilidades quanto à sua manutenção.

Lucas Goulart

Diretoria de Projetos do Portal do Petroleiro

Graduando em Engenharia de Petróleo.

Referências

AMORIM, Tailand Oliveira de. Plataformas Offshore: Uma breve análise desde a construção ao descomissionamento. 2010. 70 f. TCC (Graduação) – Curso de Tecnologia em Construção Naval, Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Rio de Janeiro, 2010.

MARTINS, Cecília Freitas. O descomissionamento de estruturas de produção offshore no Brasil. 2015. 43 f. Monografia (Especialização) – Curso de Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2015.

ZBOROWSKI, Matt. Operators Utilize Early, Strategic Planning for Successful Decommissioning. Journal Of Petroleum Technology. 28 fev 2018.

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