Poço seguro
Para que o poço opere de forma segura e conforme o planejado, os equipamentos de segurança e controle são fundamentais. Sabe-se que durante a perfuração, por exemplo, pode ocorrer a produção indesejada de fluido da formação, o que justifica a finalidade dos sistemas de segurança e controle de poço de atuar fechando o poço, através do BOP (Blowout Preventer), acionando preventores e outros ESCP’s (Equipamentos de Segurança e Controle de Poço), ou mesmo fazendo uso de painéis remotos de controle e linha de matar (kill line) ou linha do estrangulador (choke line).
Segundo THOMAS (2004), os principais elementos de segurança de poço podem ser classificados em cabeça de poço e preventores, sendo ambas as categorias constituídas de equipamentos complementares, os quais serão descritos seguir.
Cabeça de poço
Corresponde aos carretéis, válvulas e adaptadores conectados á parte superior do poço. No sistema de segurança, um dos objetivos é garantir que o poço não entre em fluxo. Para isso, existem duas barreiras, sendo a primeira o fluido de perfuração ou de completação e a segunda o sistema de segurança de cabeça de poço. É responsável ainda por garantir vedação e sustentação mecânica dos equipamentos suspensos, tais como o tubing e revestimentos.
Cabeça de revestimento: no topo do revestimento de superfície, este é o primeiro equipamento adaptado, justamente para sustentar os revestimentos intermediário e de produção por meio de suspensores. Além disso, veda o anular do revestimento intermediário ou de produção em relação à cabeça para que se possa ter acesso controlado a ele e serve de base para a instalação dos demais equipamentos e preventores.
Carretel de revestimento: diferencia da cabeça, descrita anteriormente, por apresentar mais um flange na parte inferior, além de duas saídas laterais de acesso ao anular. A imagem abaixo o ilustra.
Carretel de perfuração: este equipamento contém flanges de ligação no topo e na base e duas saídas laterais que recebem as referidas linhas de controle do poço, kill line e choke line.
Suspensor de revestimento: este elemento permite a ancoragem do revestimento e a vedação anular deste com o corpo da cabeça na qual foi ancorado. É um conjunto cilíndrico bi-partido de cunha dupla, podendo se ajustar ao redor do revestimento. Seu anel de vedação por compressão é acionado automaticamente através do peso do revestimento.
Além dos acima citados, há adaptadores, carretéis espaçadores, válvulas, suspensores de produção.
Preventores
Já os preventores são dispositivos que permitem o fechamento do espaço anular, podendo ser de dois tipos.
Anular:
fica acima do conjunto de preventores gavetas, cuja finalidade é fechar o espaço anular e consiste em um pistão que é deslocado dentro de um corpo cilíndrico para comprimir um elemento de borracha que é ajustada á tubulação. Não apresenta restrições de diâmetro, ou seja, pode até atuar em poços sem coluna, embora a borracha possa ser danificada. A figura abaixo o ilustra.
Gaveta: neste, o fechamento do espaço anular é realizado por dois pistões acionados hidraulicamente, os quais deslocam duas gavetas transversalmente ao eixo do poço.
Quanto à utilização dos preventores, normalmente utiliza-se um anular e dois de gavetas em terra. No mar, dependerá do tipo de completação: com os equipamentos operando em superfície, como em plataformas fixas, usa-se um preventor anular e três ou quatro de gavetas; já com os equipamentos operando no leito marinho, nas plataformas flutuantes, navios e semi-submersíveis, trabalha-se com dois preventores anulares e três ou quatro de gavetas.
Lucas Goulart
Diretoria de Projetos do Portal do Petroleiro
Graduando em Engenharia de Petróleo
Referências
THOMAS, J. E. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Interciência: Petrobras. 2. ed. 271 p. Rio de Janeiro, 2004.
Características específicas de alguns dos equipamentos estão disponíveis em: https://www.oilequip.com.br/superficie
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