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Poços multilaterais: Complexa alternativa à produção de hidrocarbonetos

 

O primeiro poço multilateral do qual se tem notícia é um poço perfurado na antiga União Soviética, em 1953, pelo engenheiro de perfuração e de petróleo Alexander Mikhailovich Grigoryan. Apesar de seu custo ter siso o dobro de um poço convencional, ele continha nove laterais que aumentavam a área de exposição do poço na zona de interesse em cinco vezes e meia e a produção em dezessete vezes.

Um poço multilateral é formado por um poço principal e um ou mais poços secundários (laterais) ramificados a partir do mesmo. Algo a ser destacado é que a maioria deles já perfurados até hoje tem sido feita a partir de trechos de poços verticais não revestidos, sendo os multilaterais também não revestidos (poço aberto). O objetivo principal tem sido aumentar a produção de poços depletados.

Atualmente, utilizam-se técnicas de perfuração direcional em poços multilaterais com algumas modificações. Contudo, para atender às realidades da recuperação de hidrocarbonetos do século XXI, o design otimizado de ferramentas, materiais robustos e esquemas de pré-planejamento que usam os mais recentes softwares de simulação e visualização agora são essenciais. Sem dúvida, o resultado é um sistema de desvio lateral mais forte, mais rápido e mais confiável.

É fato que ainda hoje a perfuração de poços multilaterais envolve riscos, assim como a maioria das operações petrolíferas. Eles estão principalmente relacionados à instabilidade das formações adjacentes, à descida do revestimento, a zonas de elevada pressão e a problemas de cimentação e ramificação. Outras preocupações envolvem o risco de danificar as formações e a dificuldade de permanecer na zona de interesse durante a perfuração das laterais.

A delimitação dessa zona de interesse, e da consequente trajetória do poço, dependerá das propriedades do reservatório, das tensões das rochas e da geometria do reservatório.

Em que casos o uso de poços multilaterais é indicado?

Regiões onde a infraestrutura de superfície é restrita, como espaço indisponível na plataforma para chegada de novos poços; pequenos reservatórios isolados ou compartimentados; reservatórios com óleo acima dos canhoneados já existentes; um único reservatório, porém, com zonas de baixa permeabilidade ou com alta permeabilidade em uma única direção.

De acordo com a complexidade da conectividade entre o poço principal e os secundários, a TAML (Technology Advancement for Multilaterals) classifica as junções entre eles em seis níveis. Quanto ao preço das instalações, variam de poucas dezenas de milhares de dólares para as junções de baixo nível (1 e 2) até mais de um milhão de dólares para as de maior nível. A figura abaixo mostra essa classificação.

No nível 1 tanto o poço principal quanto o lateral não possuem revestimento, enquanto no nível 2 apenas o principal é revestido e cimentado. No nível 3 ocorre o mesmo do 2, porém, o poço lateral é revestido sem ser cimentado. No nível 4, ambos os poços são revestidos e cimentados, entretanto, assim como no 3, não há garantia de integridade hidráulica entre os poços. Esta última é a única diferença do nível 5 em relação ao 3 e 4, pois há integridade hidráulica devido à sua completação com equipamentos como packers, luvas e outros. Por fim, no nível 6, a junção possui características semelhantes ao nível 5, mas sem a necessidade de equipamentos no interior do poço principal. A técnica de construção simultânea dos dois poços e de selagem mecânica permite total controle da produção.

Vale ressaltar que, no caso de junções de baixo nível, a utilização de técnicas mais baratas de perfuração gera limitações de comprimento lateral e de trajetória. E suas vantagens residem no aumento da área exposta ao fluxo e nas reduções do número de poços drenando o reservatório, da probabilidade de cones de água e gás e da incerteza econômica.

Abaixo, estão representados os desenhos tradicionais para poços multilaterais:




Lucas Goulart

Diretoria de Projetos do Portal do Petroleiro

Graduando em Engenharia de Petróleo

Referências

MESSER, Bruno. Projeto de Poços Multilaterais em Reservatórios de Petróleo Otimizados por Algoritmos Genéticos.2008. 149 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

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