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Slim hole: considerações sobre segurança de poço

 

No artigo anterior, intitulado “Slim hole ou Microperfuração”, a abordagem sobre os poços delgados envolvia sua definição, parâmetros de perfuração, comparação com os poços convencionais e suas vantagens e desvantagens. Além disso, os tipos de perfuração delgada, de acordo com o objetivo inicial, e alguns problemas decorrentes foram apresentados.

Contudo, devido às restrições físicas, como perfurar esse tipo de poço de forma segura? Considerações de segurança, prevenção de kicks, efeitos durante as manobras e conexões e a utilização de poços delgados no Brasil são descritos a seguir.

Como sabemos, essa técnica consiste em diminuir o diâmetro dos poços perfurados, com a diminuição da geração de cascalhos entre os seus objetivos principais. A figura abaixo apresenta um esquema comparando a perfuração convencional com a delgada. Percebe-se também que há redução no consumo de fluido de perfuração e dos produtos associados a ele e do tempo total de perfuração.

A redução do volume de cascalho produzido está evidenciada no gráfico da figura abaixo.


Considerações sobre segurança de poço

Durante a perfuração de poços delgados, alguns tópicos envolvendo controle de pressão devem ser analisados. Dizem respeito à perda de carga por fricção excessiva no espaço anular durante a perfuração ou circulação de um kick de gás para fora do poço; ao efeito do próprio espaço anular nas pressões de fechamento e de circulação; à magnitude do pistoneio em manobras; e de influxos durante conexões.

As perdas de cargas por fricção no espaço anular ocorrem durante a circulação do fluido de perfuração, podendo causar perdas no próprio fluido ou provocar fraturas de formações fracas expostas. Havendo o risco de perda de fluido para a formação devido às pressões elevadas no anular, que são determinadas pelo método de controle de kick, o mesmo deve ser modificado para evitar excesso de pressão aplicado no poço.

Apesar das altas perdas de cargas no espaço anular, caso a Densidade Equivalente de Circulação (ECD) não ultrapasse a pressão de absorção medida no poço, o método convencional de controle de kick pode ser implementado, uma vez que a formação possui resistência suficiente.

Durante a circulação do influxo, qualquer perda de circulação deve ser monitorada com precisão, pois existe a possibilidade de haver zonas com pressões de fratura menores do que as pressões encontradas no teste de absorção realizado na sapata.

Com a confirmação da perda de circulação, uma modificação do método convencional deve ser aplicada. O volume de kick em poços delgados deve ser o mínimo possível, pois, devido à pequena área da seção transversal do espaço anular, o influxo irá se distribuir ao longo do comprimento do poço e resultar em altas pressões no instante do fechamento e durante sua circulação. Nesse caso, a resistência à pressão interna do revestimento deve ser analisada.

 Em manobras para a retirada da coluna de perfuração ou testemunhagem, algumas medidas devem ser tomadas para evitar a geração de kicks. A retirada da coluna pode provocar redução excessiva de pressão no fundo do poço, dessa forma, recomenda-se acondicionar o fluido de perfuração e controlar a velocidade de manobra. A utilização do tanque de manobra, de acordo com o programa de enchimento do poço, deve ser acompanhada de flow checks preventivos.

Voltando às operações de perfuração, a interrupção da circulação para conexão cria condições favoráveis à ocorrência de kicks. Portanto, com a observação de influxo, deve-se fechar o poço, registrar as pressões de fechamento e empregar o procedimento de controle de poço apropriado.

Como visto nas análises anteriores, um dos principais problemas em poços delgados é o controle de kicks. Esses poços apresentam baixa tolerância aos influxos anulares de baixa capacidade volumétrica. Contudo, a sugestão é de que o método do sondador seja utilizado, pela sua simplicidade e circulação imediata do influxo para fora do poço.

Utilização

A perfuração de poços delgados surgiu com o objetivo de redução de custos em projetos de perfuração exploratórios, especialmente em regiões remotas. Na Amazônia, por exemplo, a partir de 1993, mais de vinte poços delgados foram perfurados, possibilitando reduções no consumo de materiais, no transporte aéreo e no rendimento da perfuração.

Entretanto, a aplicação dessa linha de projeto não resulta em redução de custos relacionados a revestimentos, e as conexões podem ser mais caras do que as convencionais. A redução de quantidade de materiais a serem utilizados é atrativa principalmente do ponto de vista de transporte em localidades remotas, porém, os materiais de fluido de perfuração diminuem tanto em peso quanto em custo nos poços delgados.

Lucas Goulart

Diretoria de Projetos do Portal do Petroleiro

Graduando em Engenharia de Petróleo


Referências

JAHN, Frank et al. Introdução à Exploração e Produção de Hidrocarbonetos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 491 p.

LOURENÇO JUNIOR, Verim Hernandes. Técnicas de Perfuração. Petrobras. 282 p.

SOUZA, Paulo Juvêncio Berta de; LIMA, Valdir Luiz de. Avaliação das Técnicas de Disposição de Rejeitos da Perfuração Terrestre de Poços de Petróleo. 2002. 38 f. Monografia (Especialização) – Curso de Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais, Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002.

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